sexta-feira, 13 de março de 2009

Fundação José Pedro de Oliveira apresenta plano de manejo da Mata de Santa Genebra



Finalmente a Mata de Santa Genebra ganhou seu plano de manejo, documento que garante a preservação dos recursos naturais da maior área verde de Campinas. A providência, atrasada, é resultado de uma ação civil pública do Ministério Público Federal em Campinas, de 26 de novembro do ano passado, para que a Fundação José Pedro de Oliveira apresentasse em 90 dias o plano de manejo da Unidade de Conservação Federal Mata de Santa Genebra. O prazo venceu em fevereiro.

Na ação o MPF solicitou liminar para que a fundação, a prefeitura de Campinas, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) suspendessem qualquer procedimento de licenciamento ambiental de empreendimentos em um raio de 10 km da Mata de Santa Genebra até a apresentação do plano de manejo. A liminar ficou suspensa porque o juiz entendeu que não havia no momento risco imediato para a região.

A reserva ambiental foi motivo de conflito entre ambientalistas, entre eles a Proesp (Associação Protetora da Diversidade das Espécies), a SOS Mata Santa Genebra e membros do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), e de outro lado a Prefeitura, através do Condepaac (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas) que apresentou projeto permitindo que uma faixa de vegetação nativa do entorno da mata, com brejos, nascentes e lagoas, pudesse receber empreendimento imobiliário. Os protestos de ambientalistas frustaram a tentativa de obras no local.

Em represália a prefeitura tentou destituir a presidente do Comdema. Após a eleição municipal, o prefeito exonerou a diretora do departamento de meio ambiente da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (Seplama) e imaginou que estava destituindo a presidente do Comdema. Numa reunião ordinária o Conselho manteve a presidente, representante da sociedade organizada do segmento comunitário da macrozona 4. A prefeitura criou outro órgão ambiental para minar os poderes do conselho e no início desse ano substituiu o presidente da Mata Santa Genebra, que era Alcides Mamizuka, por um técnico da Unicamp.

O plano de manejo deve ainda ser aprovado pelo Instituto Chico Mendes, concedendo à Fundação José Pedro de Oliveira maior autonomia na preservação da área verde. A mata passará de unidade de conservação (UC) de uso sustentável, para de proteção integral dentro do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). A partir da mudança, a fundação participará dos processos de licenciamento ambiental para implantação de qualquer empreendimento ou mudança em um raio de dez quilômetros da mata, o que vai incluir outros municípios como Hortolândia, Jaguariúna, Paulínia e Sumaré. A “área de amortecimento” foi um dos principais fatores que motivaram a ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) de Campinas.

O procurador da República em Campinas Paulo Roberto Galvão, autor da ação, considera que o plano de manejo é importante para conservar e para impor limites na utilização da área, prevenindo futuros danos ao meio ambiente. A Mata de Santa Genebra é a segunda maior floresta urbana do Brasil, ficando atrás apenas da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Fernando Costa vence consulta para reitor com 60,97% dos votos


Com 60,97% dos votos válidos , o médico Fernando Ferreira Costa, 58 anos, foi o vencedor da consulta indicativa para a escolha do próximo reitor da Unicamp. A apuração dos votos terminou à 1h40 desta sexta-feira (13), no Ginásio Multidisciplinar da Universidade. A bióloga Gláucia Pastore teve 39,03% dos votos. Fernando Costa tem o historiador Edgard De Decca como seu companheiro de chapa para o cargo de coordenador-geral da Unicamp. Após a apuração, Fernando Costa foi recepcionado no Ginásio da Unicamp (veja foto).

O resultado da consulta será agora encaminhado ao Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, que se reúne em sessão extraordinária no dia 7 de abril. A prerrogativa de escolher o próximo reitor é do governador do Estado, com base em lista tríplice elaborada pelo Consu. A consulta foi realizada em primeiro turno nesta quarta e na quinta-feira (11 e 12), nos campi de Campinas, Piracicaba e Limeira. Quatro debates, realizados nas três cidades (dois em Campinas) e coordenados pela Comissão Organizadora da Consulta (COC), precederam a votação.

O próximo reitor será o décimo na linha de sucessão de Zeferino Vaz (1966-1978), fundador da Unicamp e seu primeiro dirigente. Depois dele vieram o dentista Plínio Alves de Moraes, o médico ginecologista José Aristodemo Pinotti, o economista Paulo Renato Souza, o lingüista e poeta Carlos Vogt, o médico pediatra José Martins Filho, o engenheiro de eletrônica Hermano Tavares, o físico e engenheiro de eletrônica Carlos Henrique de Brito Cruz e o engenheiro de alimentos José Tadeu Jorge, atual reitor.

Fernando Ferreira Costa é o atual coordenador-geral da Universidade. Graduou-se pela Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (1974), onde fez residência médica, mestrado (1979), doutorado (1981), livre-docência (1986) e atuou como docente de 1985 a 1989. Entre 1987 e 1989 cumpriu estágio de pós-doutoramento na Yale School of Medicine, Yale University, EUA. Em 1990 ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, no Departamento de Clínica Médica da FCM, onde em 1996 foi aprovado em concurso público como professor titular em Hematologia e Hemoterapia. Foi diretor da FCM no período de 1994-1998, pró-reitor de Pesquisa no período de 2002-2005 e desde 2005 é coordenador-geral da Universidade. Tem 216 trabalhos publicados em periódicos de circulação internacional, orientou 22 teses de doutorado e 18 dissertações de mestrado. Recebeu vários prêmios, entre os quais se destacam o Prêmio de Mérito Científico e Tecnológico do Governo do Estado de São Paulo (2000), Prêmio Scopus (2006) e Comenda da Ordem Nacional do Mérito Cientifico da Presidência da República – Classe Comendador (2008). É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) desde 2001 e Pesquisador nível 1-A do CNPq, desde 1990.