segunda-feira, 18 de maio de 2009

Empresa lança recipiente mais seguro para manter água mineral pura



Um produto inédito no mercado mundial projetado para garantir a pureza da água mineral consumida pela população está sendo lançado pela Mineradora Raiz da Serra, de Louveira, que distribui água em toda a região de Campinas. Trata-se de uma nova embalagem retornável, um recipiente que reduz drasticamente os riscos de contaminação do produto, por evitar que o ar, a luz e o ser humano tenham contato com a água.

Batizado de “Stop “Air”, a principal característica do produto é justamente evitar o ar do ambiente. A inovação está em um saco plástico usado como refil no interior de um box que substitui o tradicional galão. O refil murcha à medida que a água é consumida, e não permite a entrada de ar. A água é colhida diretamente do refil com uma torneira encaixada em uma válvula que veda a saída assim que retirada ou colocada.

O sistema foi tetado e aprovado pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e está com pedido de registro de patente em 32 países do mundo todo. “A patente é exclusiva. Não existe produto similar no mundo”, garante o empresário João Raizza, proprietário da Mineradora Raiz da Serra. Segundo ele, o mercado mais promissor é a Europa. O consumo de água mineral no Brasil é de 18 litros per capita ao ano, no México é de 135 litros e na Europa é de 220 litros.

Contaminação
A água de galão convencional que sai da origem é isenta de contaminação, mas a embalagem de polipropileno, que é porosa e favorece o desenvolvimento de bactérias; a transparência, que permite a proliferação de algas; e a manipulação pelas pessoas, que pegam no gargalo sem higiene das mãos e o colocam no bebedouro em contato com a água, podem contaminá-la. A entrada do ar no galão sempre que o nível desce também transporta as bactérias do ar para dentro do recipiente. “Nunca beba a água de galões em ambientes hospitalares”, alerta o empresário.

Segundo Raizza, a partir de setembro todos os galões convencionais de vinte litros terão data de validade de três anos impressa na embalagem. Depois deverá ser descartado ou reciclado. Existem galões de policarbonato e PET, de melhor qualidade e menor risco de contaminação que o polipropileno, mas no mesmo padrão de formato e tamanho, que sofrem o mesmo risco de contaminação pelo ar ou contato humano.

Produto
O “Stop Air” é uma embalagem retornável em forma de cubo produzido em plástico coextrusado de três camadas, que servem com barreira à contaminação. Dentro da embalagem vai o refil com 20 litros de água, de plástico descartável e reciclável, que é trocado a cada envaze. A água é colhida diretamente do refil, através de uma torneira que encaixa no local do lacre, onde existe uma válvula que fecha hermeticamente quando colocada ou retirada. Na parte superior da embalagem existe uma alça para transporte do produto, o que evita as operações de “virar” o galão no suporte, o que tem causado muitos acidentes.

Para chegar ao produto final a Raiz da Serra fez uma pequisa com 30 consumidores, que definiram as preferências para consumir a água mineral de galões retornáveis. “Com a pesquisa descobrimos que o consumidor não quer ver a água, tanto que muitos usam uma capinha. Outra melhoria foi a alça de transporte, que evita as manobras complicadas com o galão, principalmente quando o bebedouro fica embaixo de armários da cozinha”, explica Raizza. “Destes trinta iniciais, que testaram e aprovaram o produto, conseguimos mais de cem outros clientes, somente pela recomendação”, destaca. O custo do produto é 14% mais alto que dos galões convencionais.

Empresa
A Mineradora de Água Raiz da Serra foi fundada 1997 pelo engenheiro metalúrgico João Raizza, aposentado de 59 anos e proprietário de uma extensa área com reserva ambiental em Louveira, na divisa com Jundiaí. Em 1996 realizou uma pesquisa do subsolo que comprovou a presença de água profunda de qualidade, e conseguiu autorização do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) e da Agência Nacional da Água (ANA), para exploração.

Com uma rede de 51 distribuidores num raio de 200 km da sede, a Raiz da Serra tem uma logística de distribuição limitada porque a distância da origem onera o produto final pelo custo do transporte. Com uma capacidade instalada para envazar 55 mil litros por hora, pela captação de seis poços artesianos que bombam água de 320 metros de profundidade, a Raiz da Serra comercializa no máximo dois milhões de litros por mês, em épocas de pico, no Verão, a maior parte em garrafões de vinte litros, de plástico polipropileno. “A demanda é sazonal. Em períodos de muita chuva o consumo cai para 600 mil litros por mês. Nem o inverno é pior que as chuvas, porque a umidade fica alta e as pessoas não sentem sede”, simplifica João Raizza.

Água é vida, e também a maior fonte de doenças


Diferente do que a escola sempre ensinou, a água não é insípida e inodora, e a ideal para consumo humano tem sabor, cheiro, e composições diferentes que não se restringem à tradicional fórmula H2O. Algumas têm até cor. “O mais importante na água mineral é sua composição química de sais minerais e PH neutro”, afirma João Raizza, proprietário da Raiz da Serra.

O corpo humano necessita do cálcio, magnésio, potássio, flúor e bicarbonato presentes na água mineral. E o PH deve ser neutro, nem ácido nem alcalino. “Você já sentiu a água fazer barulho na barriga e ficar balançando? É porque o cérebro reconhece o PH errado e o corpo não absorve”, esclarece Raizza. Segundo ele, os produtos naturais não têm resistência do metabolismo, e são absorvidos com facilidade.

Raizza afirma que a contaminação da água consumida pela população é mais comum do que as pessoas imaginam. “As bactérias e outros produtos contaminantes estão presente em diversos níveis na água”, afirma. A água superficial, seja de bicas, rios, lagos, mananciais ou lençol freático, tem sérios níveis de contaminação. A água mineral não tem contaminação porque é captada no subsolo, a mais de 300 metros de profundidade, onde a água já passou por filtragem das rochas e recebeu os sais minerais. E é pura porque não recebe luz nem ar, requisitos básicos para proliferação de bactérias e agentes patogênicos.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 70% dos casos de internação hospitalar estão relacionados com doenças veiculadas pela água., e 80% das doenças relacionam-se com água contaminada e falta de esgotamento sanitário dos dejetos. São bactérias, vírus, protozoários, helmintos e outros agentes patogênicos que causam gastroenterite, tifo, salmonela, leptospirose, entre outras que podem até levar à morte.

“Torneiral”
A água de torneira, mesmo filtrada, possui contaminação. O filtro não retém toda sujeira e ele próprio fica sujo. “As pessoas se preocupam com coliformes fecais, que nem são tão prejudiciais. O máximo que provoca é uma diarréia. O maior problema, além das bactérias, está nos metais pesados, como bário, chumbo, mercúrio, cádmio, e produtos como benzeno e glifosados (de agrotóxicos), que não são eliminados no tratamento convencional da água e causam câncer”, afirma o empresário.

O tratamento convencional não elimina totalmente estes produtos, e o sistema de limpeza também gerar outros resíduos na água. “A água é tratada com sulfato de alumínio, para decantar impurezas, e com cloro para matar as bactérias, o resultado é que ficam os resíduos de alumínio e metais pesados, e o cloro mata os microorganismos na água e depois a flora intestinal dos humanos”, critica. A água clorada, em contato com substancias orgânicas, os alimentos, gera um subproduto chamado Trihalometano, que é altamente cancerígeno. “O cloro já foi banido em todos os países do Primeiro Mundo, inclusive em piscinas”, acrescenta Raizza.