terça-feira, 26 de maio de 2009

Trupe do Trovão tenta resgatar popularidade da luta livre



Só para fazer um trocadilho, a luta livre da Trupe do Trovão é “da hora”. O trocadilho está no nome do batismo do Trovão, líder da trupe, que é Aparecido Da Hora Freita. Veterano no gênero, que está mais para show de entretenimento que para esporte ou luta de verdade, Trovão (que carrega o apelido pela voz cavernosa, resultado de um acidente de carro que ceifou algumas cordas vocais) tenta resgatar o sucesso que o estilo de luta fazia nos anos 70.

“Viajamos o Brasil todo com esse grupo de 15 a 20 pessoas, 10 lutadores mais palco e equipamentos, uma estrutura grande, para divulgar a luta livre”, diz Trovão, acrescentando que aposta na transmissão pela TV para cativar um novo público para a luta livre. “A Rede TV está gravando as lutas para transmitir no Programa 'Crash TV', que vai ao ar nas madrugas de domingo,
às 0h30”, informa.

A grande novidade no espetáculo é a participação feminina, bem representada pela dupla “Princesa Dourada” e “Cléia Malvada”, nos papéis de mocinha e vilã, respectivamente, que sempre caracterizam os embates. Apresentaram-se também a Múmia, Wagner The Flash, Cigano, Nino Mercury, Trovão, Caveira e Apolo, entre outros.

A Princesa Dourada é Vaneska Carmona, filha do Trovão, de 19 anos e presidente da Associação Brasileira de Luta Livre (Abraluli). Apesar da idade, Vaneska tem experiência no ramo: “nasci no ringue”, diz, acrescentando que treina firme há seis anos para participar de apresentações. No último ano da Faculdade de Educação Física, pretende continuar lutando e dar aulas ao mesmo tempo. Pique para duas atividades ela mostrou que tem.

Vaneska assumiu o desafio de “desenterrar a luta livre e resgatar a popularidade na nova geração. “Nosso público atrai mais crianças e idosos. Os jovens não gostam muito. É porque os idosos vieram no tempo em que a luta livre era popular, e as crianças porque se empolgam com a fantasia”, avalia. Para ela, a luta livre é um show de entretenimento, e pouco violento. “Às vezes 'pega', mas é sempre um cuidando do outro”, revela.

Alguns shows promovidos pelo Trupe do Trovão atraem milhares de pessoas, principalmente em cidades do interior onde as opções de lazer são poucas. “Uma vez em Itatiba um grupo de crianças se juntou para bater na Cléia e foi difícil explicar que era tudo encenação”, lembra com bom humor. “E eu tinha ganhado a luta”, acrescenta. A maioria dos shows da trupe é de cunho social e o ingresso é um quilo de alimento. Contatos podem ser feitos pelo site www.abraluli.com.br, pelos telefones (11) 2742-1151 ou 9644-4288, ou pelo e-mail abraluli@terra.com.br.