segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sommelier é referência obrigatória para consumo de vinho

Profissionais experientes podem indicar os melhores sabores e combinações


A mudança gradativa de hábitos etílicos dos brasileiros está elegendo o vinho como o substituto natural da cerveja, ainda líder na preferência nacional. Os preços mais acessíveis de vinhos de boa qualidade e a oferta abundante de grande variedade, principalmente dos países andinos, aliados ao rigor incomum do inverno no Brasil, estão levando cada vez mais consumidores a aderirem ao prazer da degustação dos derivados da uva.

Às vésperas de comemorar sete anos da criação da entidade regional de Campinas da Associação Brasileira de Sommeliers, o diretor executivo da ABS- Campinas, Bruno Vianna, tem muito a comemorar. “O Brasil tem um potencial muito grande de produção e consumo de vinho, e tem crescido muito a procura pela orientação profissional”, destaca.

A entidade ajuda a ampliar o interesse pela enologia com o que faz de melhor: cursos de formação de sommeliers, uma especialidade com demanda crescente de bons profissionais no mercado, seja em lojas especializadas ou em bons restaurantes com requintadas cartas de vinhos. E cresce também o interesse dos restaurantes no credenciamento do circuito dos sommeliers.

Segundo Vianna, um dos maiores problemas para popularização do vinho no Brasil é a alta incidência de impostos. “ Na Itália o vinho é classificado como alimento e até os vinhos do Mercosul possuem carga menor que o produto nacional”, afirma. O brasileiro ainda está aprendendo a produzir vinho, descobrindo como fazer e as melhores regiões para produzir uvas viníferas. “É um processo natural, a França demorou séculos para descobrir como fazer a Champanhe”, compara.

Um bom vinho é resultado de vários fatores, tais como a espécie de uva mais apropriada e seu cultivo em regiões de clima favorável, com frio e calor alternados de noite e de dia, que dão aos frutos o frescor e acidez necessários para uma boa produção. “A Serra Gaúcha, na latitute 29º, está bem próxima da latitude ideal, acima de 30º. Já na produção do Vale São Francisco a seca faz o trabalho do frio no sul”, explica Vianna.

Os frutos destinados à produção de vinho são bem diferentes da uva de mesa, embora na produção de vinhos caseiros da região de Campinas e Circuito das Frutas as use em sua maioria. Já existem experiências com outras espécies, como a Shiraz, para tentar melhora a produção artesanal. A uva destinada à produção de vinhos é menor e tem maior concentração de tanino e frutose.
A especialidade da associação de sommeliers é formar profissionais para divulgação da cultura do vinho. É um mercado em franco crescimento, com demandas em restaurantes e lojas de vinhos, principalmente. Mas existem aqueles que procuram se informar simplesmente para ter maior prazer na degustação. O curso de sommelier tem 16 meses de duração e é reconhecido internacionalmente. Existe também o curso básico para enófilos.

A entidade credencia os “Restaurantes Amigos da ABS”, segundo vários critérios que vão desde a disponibilidade de uma boa arta de vinhos, a qualidade da culinária e os vinhos que combinam com o menu, até o ambiente, adega e taças adequadas, entre outros. Mais informações podem ser encontradas no site da entidade: www.abs-campinas.com.br, e 'salute'.

Os cinco sentidos
Segundo Vianna, não há alcoolismo de vinho, e os apreciadores dizem que o vinho é a única bebida que desperta os cinco sentidos humanos: primeiro a visão, depois o olfato, seguido do tato e do paladar. E finalmente a audição: “tim tim”.

Glossário:
Sommelier - Profissional especialista em identificar os melhores vinhos e combinações gastronômicas;
Enólogo - Estudioso de uvas e produção de vinhos;
Enófilo - Apreciador de vinhos

Vem aí a banda larga na rede elétrica


Em breve os computadores poderão acessar a internet por meio da rede elétrica, com uma conexão de banda larga mais rápida e segura que os atuais acessos por linhas de telefone, cabo ou ondas eletromagnéticas (rádio e satélite).

É o que promete e nova tecnologia BPL - Broadband over Power Lines, ou PLC - Power Line Communications, que nada mais é que a injeção de sinais de alta frequência na fiação elétrica, usando a estrutura já existente.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já aprovou o Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofreqüências por Sistemas de Banda Larga por meio de Redes de Energia Elétrica (BPL) no País. A Resolução 527, que libera a adoção da nova tecnologia de internet, cuja prestação é feita pela rede elétrica, define critérios técnicos para o oferecimento do serviço através de comunicação de dados utilizando radiofreqüência na faixa entre 1.705 kHz e 50MHz.

O sistema BPL será oferecido através da instalação de um modem feito com chips de silício, desenvolvido por empresas de equipamentos tecnológicos. Por cabos ligados à tomada com o formato de um plug, o aparelho irá conectar a rede elétrica ao computador, meio pelo qual será disponibilizado o acesso à web com velocidade de cerca de 200 megabits por segundo e por onde o BPL irá receber os dados informáticos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve decidir em breve sobre o uso da rede de energia elétrica para a transmissão de internet em banda larga, superando o último entrave burocrático legal para início de funcionamento do sistema. Segundo especialistas, o serviço de banda larga pela rede elétrica (PLC) proporcionará conexão comparável com a dos serviços de banda larga em outras tecnologias, onde se oferece velocidade a partir de 300 kbps.

De acordo com áreas técnicas da Aneel, a transmissão em banda larga pelo sistema de energia elétrica não provocará interferência entre os dois serviços, uma vez que cada um trabalha com uma frequência própria.
Um diferencial do sistema é a capilaridade do acesso à energia elétrica no país, em mais de 90% das residências. Quem tem energia elétrica em casa poderá ter acesso à internet. Não precisa linha telefônica, cabo ou receptor de rádio.

Os equipamentos que vão ser utilizados no sistema BPL deverão ter certificação de uso específica reconhecida pela Anatel. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá dispor sobre a prestação do serviço elétrico. As empresas interessadas em prestar serviços de internet em sistema de BPL devem apresentar à Anatel, no mínimo 30 dias antes do início de suas operações, informações referentes à criação e à manutenção de uma base de dados pública.

Embora tenha ouvido se falar muito desta tecnologia em meados do ano 2000, no Brasil parece que ela não passou dos testes. Em 2001 houve com a Copel (Companhia Paranaense de Eletricidade) e, logo depois, a Cemig (Companhia Energética de Migas Gerais) e a Eletropaulo (Eletricidade de São Paulo) também anunciaram testes em tal ano. Porém, depois disto, a única notícia que tivemos sobre o PLC no Brasil foi em 21/12/2006, quando foi publicada a notícia da inauguração de uma pequena rede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Uma das grandes desvantagens desse tipo de tecnologia é principalmente que o sinal acaba se corrompendo em distâncias muito longas, de acordo com os seguintes problemas: manter a alta velocidade com longas distâncias, pelo encapamento plástico "roubar" os sinais de alta frequência; os fios de cobre com tal frequência podem interferir em alguns equipamentos eletro-eletrônicos, por fazer com que os dados gerem ruído no espectro eletromagnético, além de haver possibilidade de corromper os dados pela captura do sinal de rádios e outros; da mesma forma, alguns aparelhos podem interferir na transmissão; emendas, "T"s, filtros de linha, transformadores, e o ligamento e desligamento de eletrônicos na rede elétrica causam ecos do sinal, por criar pontos de reflexão, com isso podendo haver corrupção dos dados; e a necessidade de instalação de "repetidores" em cada transformador externo, pois filtram sinais de alta frequência.

Os pontos favoráveis são a alta taxa de transmissão podendo chegar a até 40Mbps nas freqüências de 1,7MHz a 30MHz e a segurança, pois ao contrário da rede Wi-Fi, onde um usuário pode tentar se aproveitar do sinal do próximo, no PLC quem compartilha do mesmo “relógio”, não tem como compartilhar a conexão de rede, devido à criptografia com algoritmo DES de 56 bits.

Muitas empresas do setor de elétrica estão continuando seus testes, além de que tecnologias européias podem ser importadas, isso se nenhuma universidade brasileira desenvolver algo antes. O BPL se mostra como mais uma alternativa de inclusão à Internet, num país onde 95% da população possui energia elétrica. Além disso, como a infra-estrutura é de menor custo, esse sistema mostra-se como uma alternativa mais econômica para os usuários.